quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Muro


Mirei meus olhos de ontem
no retrovisor

Chuviscavam fraquezas
vendo o vôo das borboletas
amputadas

insistiam em encarar o falso
suplicando rações de verdade
como salário do mês trabalhado

Ainda não sabem que nem sempre haverá pão
na padaria suja da esquina

Nem sempre unhas vermelhas
Nem sempre cabides de lamento

Eram ampulhetas viciadas
em crer no infinito
e não viam importância
em distinguir diferença
e indiferença.
Pois sangra da mesma maneira.

Meus olhos de ontem eram restos
que precisava enfrentar.

Como eram nojentos os meus olhos de ontem!

3 comentários:

Cel Bentin disse...

Do texto vc bem sabe. Me pegou de jeito há tempos. Mas venho agora ta,bém destacar a foto, a imagem. Caiou direitinho na trama sua. Bjo

Cel Bentin disse...

cadê o samba pra coçorir o olho dos ouvidos de amanhã, hein? rs

Cel Bentin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.