domingo, 18 de novembro de 2007

MIGALHA MENSURADA

Eu já havia me decidido
Fantasiar-me de realidade
Deixar pra trás as utopias
Esquecer qualquer metade

Retornei a minha essência
E o culto ao impraticável
Sofro de novo abstinência
Será destino irremediável?

É estranho venerar o longe
Olhar a lua para ser reflexo
Construir desmedidas pontes
Para me perder no seu amplexo

Sangro a falta de liberdade
Vibro por surtos de loucura
Desprezo a nossa castidade
É a insensatez que nos apura

Dói-me a sutileza do meado
Fere-me rações equacionadas
Amputa-me ser eu o errado
Por querer migalha mensurada

Barbara Leite

...
"Nunca mais, venha mendigar uma ração de amor"
Flávio Venturini

Um comentário:

gutipoetry disse...

O Amor , o amor tem quer ser pleno, agitado como a paixão e sereno como um sono profundo, senão ele não é amor, sonho e, sim, insônia e pesadelo! Teu poema diz tudo, toca fundo...escorre sensibilidade!