domingo, 18 de novembro de 2007

PARA PLANTAR LEMBRANÇA

Não tem mais tic-tac
Os relógios correm digitais
Até o merthiolate
Quando uso não me arde mais

Eu já não ouço o tempo
Mas ainda sinto dor

Não tem mais telegrama
Sentimento é virtual
E a música baiana
Resumiu-se em carnaval

Eu já não mando cartas
Mas ouço os filhos de Canô

E diante das mudanças - Ando
Diante das andanças- Mudo
Diante das mudanças –Muda

Barbara Leite

...

"Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais"
Belchior

Um comentário:

gutipoetry disse...

Eu já não ouço o tempo...mas ainda sinto a dor...achei pungente e sensível essa frase, esse cenário verbal...Barbara dispara o seu olhar e apura toda a carga poética do momento.